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Uma alergia alimentar é uma reação adversa do sistema imunológico a determinados alimentos. Quando uma pessoa alérgica consome um alimento específico, o sistema imunológico reage de forma exagerada, produzindo anticorpos para combater a substância considerada como um agente invasor. Esta reação pode desencadear diversos sintomas, que podem incluir erupções cutâneas, inchaço, dificuldade respiratória, náuseas, vómitos e, em casos extremos, anafilaxia, uma reação alérgica potencialmente fatal que requer tratamento urgente.

As alergias alimentares afetam uma proporção significativa da população e podem surgir em qualquer idade. Os alimentos mais frequentemente associados a alergias incluem leite, ovos, amendoins, frutos secos, trigo, soja, peixe e mariscos, embora qualquer alimento possa potencialmente desencadear uma reação alérgica em pessoas sensíveis.

Para as pessoas com alergias alimentares, evitar a ingestão do alergénio é essencial para prevenir reações adversas. No entanto, a contaminação cruzada de alergénios durante os processos de produção alimentar representa um desafio significativo, tornando crucial a implementação de medidas rigorosas.

A contaminação cruzada ocorre quando um alergénio está presente num alimento devido à presença involuntária de vestígios do alergénio durante o processo de fabrico. Para evitar este problema, as empresas alimentares devem adotar estratégias de prevenção. 

Uma das estratégias mais importantes é a segregação física dos ingredientes alergénicos durante todas as fases do processo de produção. Isto inclui armazenar, manusear e processar os alergénios separadamente dos outros ingredientes, utilizando equipamentos e áreas designadas para minimizar o risco de contaminação. Além disso, é essencial ter procedimentos claros de limpeza e desinfeção para evitar a transferência de alergénios entre diferentes equipamentos e superfícies.

A formação adequada dos trabalhadores também desempenha um papel fundamental na prevenção da contaminação cruzada. Todos os colaboradores envolvidos na manipulação de alimentos devem receber formação sobre os alergénios específicos presentes nos produtos da empresa e os procedimentos a seguir para evitar a ocorrência de contaminações.

A implementação de sistemas eficazes de rotulagem de alimentos é também muito importante, pois fornece aos consumidores informações claras e precisas sobre a presença de alergénios nos produtos, permitindo assim que façam escolhas seguras. Para assegurar a eficácia desses sistemas, é essencial cumprir as diretrizes estabelecidas no Regulamento (UE) n.º1169/2011, de 25 de Outubro de 2011.

De acordo com o regulamento, os alergénios devem ser realçados a negrito ou sublinhados nos rótulos dos produtos sempre que estiverem presentes, facilitando assim a sua identificação por parte dos consumidores. Contudo, há situações em que estes alergénios não precisam ser declarados, especialmente quando são removidos durante o processamento dos alimentos. Para garantir a segurança dos consumidores, são definidos limites específicos para certos alergénios, como o glúten, dióxido de enxofre/sulfitos e lactose em fórmulas infantis que visam assegurar que os níveis desses alergénios nos produtos finais não são ultrapassados.

Por último, a rotulagem preventiva de alergénios, conhecida como “pode conter”, só deve ser utilizada após uma avaliação rigorosa de riscos, especialmente quando há um risco real de contaminação cruzada que não pode ser eliminado.

Sem dúvida que a prevenção da contaminação cruzada é fundamental para limitar a ocorrência de alergénios ocultos nos alimentos. Através da implementação de medidas rigorosas de segregação, limpeza, formação e rotulagem, as empresas alimentares podem reduzir este risco e oferecer produtos seguros a todos os consumidores.

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